domingo, 8 de dezembro de 2013

Cuidado com os Nicolaítas

Graça e paz, através desta matéria quero chamar a atenção dos amados irmãos em relação a alguns fatores nocivos ao nosso crescimento espiritual, é claro que não farei apontamentos a placas e a homens, contudo tentarei ser claro no falar para que qualquer pessoa identifique com facilidade o lobo em pele de ovelha. O tema sugerido é uma alegoria em contraste com o assunto a ser abordado, onde os ensinos da seita nicolaíta nos servirá de base.  É sabido que temos poucos relatos bíblicos e históricos sobre esta seita, contudo acredito ser o suficiente para nos trazer uma noção, onde possamos contextualizar a seita em nossa realidade contemporânea. Para iniciar nossa reflexão, usarei como base os seguinte texto: Apocalípse 2:06 "Mas há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas como eu também odeio." e vers.15 "De igual modo você tem também os que se apegam aos ensinos dos nicolaítas". O versículo 6 encontra-se na carta para a igreja de Éfeso, onde percebemos que o fato da igreja odiar as práticas dos nicolaítas é favorável a eles, pois o próprio Jesus se colocou contra tais práticas, já em contraste o versículo 15 encontra-se na carta à igreja de Pérgamo, onde passa a ser desfavorável à igreja em Pérgamo, pois alguns se apegaram as doutrinas desta seita. Percebemos claramente que em ambos os versículos Jesus se coloca contrário as práticas dos nicolaítas. Baseado neste texto bíblico surgem as seguintes questões, quem eram os nicolaítas e o que praticavam? Vamos iniciar com a etimologia da palavra, nico significa "conquistar" em grego e laíta significa "pessoas"(ou "povo"); daí a palavra pode significar "conquistador de pessoas". Todavia existe uma segunda vertente, em que nicolaíta seria o nome dado aos seguidores do herético Nicolas (grego: Nikolaos) - o nome por si significando "vitorioso sobre as pessoas" ( do grego "Nike" - vitória), e que segundo Hipólito de Roma um dos pais da igreja, o diácono "Nicolau" ou "Nícolas" dependendo da tradução do texto(Atos 6:5) seria o autor da heresia  e líder da seita, o que eu acho pouco provável, partindo do testemunho cristão do diácono Nicolau. Segundo a história, diversos pais da igreja incluindo Irineu de Lyon, Epifânio de Salamis e Teodoreto concordam entre si que os nicolaítas "levam vidas de indulgências ilimitadas", São Vitorino de Pettau(ou Victorinus), diz que eles comiam oferendas dos ídolos e Tomás de Aquino era da opinião que eles incentivavam o poligamia ou que homens tivessem esposas em comum.

      Entretanto quero ressaltar outra prática derivada do nicolaísmo, muito comum em nossos dias, a doutrina nicolaíta concebeu a idéia de uma casta especial e superior na igreja, ou seja, o chamado Clero. Indo além, formou-se a idéia de uma hierarquia eclesiástica dentro deste mesmo clero. Há uma grande probabilidade, lógica e historicamente, de que estes nicolaítas sejam formadores do pensamento Católico Romano e, portanto seus antecessores.  Evidentemente, este desejo de exercer poder sobre o povo, disseminou entre muitos homens de lideranças nas igrejas, movidos pelo instinto carnal de domínio, pela soberba e torpe ganância, especialmente entre os pastores das grandes igrejas, nos grandes centros, com congregações numerosas, tornava-se uma tentação estabelecer uma ostentação de poder sobre o rebanho e outros pastores de rebanhos menores.Nem mesmo a primeira igreja, formada por Jesus pessoalmente, em Jerusalém, tinha autoridade sobre as demais. Veja em Atos 15, a postura da Igreja de Jerusalém com relação a Antioquia, como mãe que exorta a seu filho independentemente num momento de necessidade, mas não considera justo lhe impor nada.(vv.23,25 e 28). Erros como o de se pensar que só os Pastores podem realizar Batismo ou ministrar a Ceia, efetivamente não tem base bíblica e provém do pensamento nicolaíta de que estes são uma categoria com poderes especiais. Se uma Igreja tem Pastor local, é evidente que, sendo este seu LÍDER espiritual deverá exercer tais funções mas, caso a Igreja não o tenha, deve entender que a autoridade para estes serviços foi dada à Igreja e Ela pode escolher um irmão local que tenha boas condições espirituais e esteja assim apto a liderar a Igreja em tão solenes atos. É claro que ,se assim entender, a Igreja poderá também convidar o Pastor de uma Igreja irmã para lhe prestar estes serviços, embora não o seja absolutamente necessário. Jesus concedeu à Igreja esta autoridade e não ao pastor. Ele o faz, como servo (que é o verdadeiro significado da palavra MINISTRO) da Igreja. Cristo estabeleceu irmãos com condições diferenciadas na Igreja sim, mas isto foi feito apenas visando o melhor desenvolvimento dos crentes e organização da Igreja e não para estabelecer uma hierarquia dominante (Efésios 4.11-12 e I Corintios 12.12-31). Assim, era necessário que houvesse apóstolos, pastores, mestres, pregadores e evangelistas, mas isto não é uma corrente hierárquica onde um manda no outro. Cada um deles tem autoridade, mas só aquela concedida, não pelo título que ostenta, mas pela igreja, de acordo com o que o Espírito Santo lhe concede pela Palavra. Todo Ministro de Deus deve ser respeitado por causa da sua função como líder e condutor espiritual da Igreja e como um irmão que seja um bom exemplo ao rebanho (Hebreus 13.7 e 17). Mas isto não o faz "dono da igreja" e todo pastor tem que tomar o cuidado de ser zeloso sem, no entanto, exercer domínio por força sobre o rebanho (I Pedro 5.1-4),atitude de poder sobre a Igreja é Diabólica e Maligna e, portanto, precisa ser totalmente rechaçada, analise que tipo de cristianismo você está vivendo e o que seus líderes lhe tem ensinado, não devemos retroagir a práticas que o próprio Jesus repudiou.